Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2010

.: 127. PS, I Love You, Cecilia Ahern

422 páginas

 

Sinopse:

Quase todas as noites Holly e Gerry tinham a mesma discussão - qual dos dois se ia levantar da cama e voltar tacteando pateticamente o caminho de regresso ao apetecível leito? Comprar um candeeiro de mesa-de-cabeceira parecia não fazer parte dos planos, e assim o episódio da luz repetia-se a cada noite, num rito conjugal de pendor cómico a que nenhum desejava pôr termo. Agora, ao recordar esses momentos de pura felicidade, Holly sentia-se perdida sem Gerry. Simplesmente não sabia viver sem ele. Mas ele sabia-o, conhecia-a demasiado bem para a deixar no mundo sozinha e sem rumo. Por isso, imaginou uma forma de perpetuar ainda por algum tempo a sua presença junto da mulher, incentivando-a a viver de novo. Mas como se sobrevive à perda de um grande amor? Holly ter-nos-ia respondido: não se sobrevive! Mas Holly sobreviveu!

 

Opinião:

Com este livro quebrei uma tradição: vi o filme antes de ler o original. Não gosto muito de o fazer, porque já parto para o livro com uma ideia pré-concebida de como são as personagens... e ler deve servir para pôr a imaginação a trabalhar.

No entanto, esta excepção à regra não tornou a leitura decepcionante. Livro e filme são muito diferentes, mas igualmente muito bons. O facto de já conhecer a história não retirou nenhum interesse ao livro, que adorei. Foi devorado em poucos dias e fiquei extremamente satisfeita com o estilo de escrita da autora e com a forma como a história se desenrolou. Este é um livro que nos consegue levar às lágrimas tanto nas passagens mais tristes como nos capítulos mais divertidos. Faz pensar sem ser demasiado lamechas nem deprimente. Uma óptima leitura.

Sílvia às 17:08
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Quinta-feira, 21 de Janeiro de 2010

.: 125. O Código D'Avintes, Vários :.

252 páginas

Sinopse:

Tudo começa em torno da trama sinistra do Conclave dos Cavaleiros Teutónicos da Nova Ordem que quer dominar o mundo sem olhar a meios.
Por seu lado, Isaías Pires, professor de medicina expulso da Ordem por práticas pouco ortodoxas, pertencente a uma outra organização que se opõe aos intuitos pérfidos do Conclave, sofre um trauma e desata a falar aramaico, língua corrente no tempo de Cristo na Palestina e logo a seguir começam a morrer patos e pombos por todos os cantos.
De repente, todos os personagens, o anjo Gabriel e a sua Sara, Lilith, delirante diva, a Arminda do bar do hospital, o doutor Fraga, a padeira de Avintes, o ex-inspector Nuno Costa, o professor Aquilino, especialista em línguas mortas, e outros mais, bons e maus, desatam a procurar antiquíssimas relíquias sagradas que podem conferir um poder indescritível àqueles que as possuírem.
O cúmulo é que a chave do código para chegar a essas relíquias está escondido justamente numa bela terra à beira do Douro e, por isso mesmo, ficará para sempre conhecido por O Código d'Avintes.

 

Opinião:

O objectivo principal deste livro parece ser, acima de tudo, divertir o leitor - e também os autores, claro. Penso que consegue cumprir esse propósito, mas é impossível não notar que foi escrito por sete pessoas muito distintas. Há vários momentos ao longo do enredo em que se percebe facilmente um esforço enorme do autor do capítulo para tentar dar a volta e arranjar forma de prosseguir uma história tão caótica - um esforço que às vezes resulta em soluções que passam o limite do razoável, mesmo para um livro deste estilo.  É muito perceptível a existência de momentos que funcionam como "muletas": apoios e formas de prosseguir a história muito, muito descabidos, usados à falta de melhor. Falta, por isso, uma grande dose de coesão e coerência à obra. À parte disso, penso que se lê muito bem, rapidamente, e cumpre o propósito de conseguir ser divertido.

Sílvia às 17:55
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Terça-feira, 12 de Janeiro de 2010

.: 123. Sputnik Meu Amor, Haruki Murakami :.

238 páginas

 

Sinopse:

Narrativa on the road, ensaio sobre o desejo humano e especulação sobre o destino, o livro de Haruki Murakami é um exuberante exemplo da arte de um dos mais importantes escritores do Japão contemporâneo.

 

Acordo às três da manhã, acendo a luz, sento-me na cama e fico a olhar para o telefone na mesa de cabeceira. Imagino Sumire numa cabina, a acender um cigarro e a marcar o meu número. Tem o cabelo despenteado, veste um casaco de tweed que lhe está demasiado grande, peúgas desirmanadas. Franze o sobrolho, engasga-se com o fumo do cigarro. Demora imenso tempo a discar correctamente o número. Tem a cabeça cheia de coisas que me quer dizer. Pode muito bem acontecer que fique a conversar comigo até de manhãzinha. Sobre a diferença entre signo e símbolo, por exemplo. O telefone parece que vai tocar a todo o momento, mas continua mudo. E ali fico eu, deitado na cama, sem tirar os olhos do aparelho, que teima em não tocar.

 

Opinião:

Este foi o primeiro livro que li deste autor. Tinha alguma curiosidade em experimentar um livro dele, já que a impressão geral com que fiquei ao ouvir falar dos seus livros foi positiva.

 

Ao ler este livro, no entanto, não consigo dizer ao certo se gostei ao não. Pode parecer estranho, eu sei. Normalmente ou se gosta, ou não. Mesmo quando estamos num meio termo, inclinamo-nos sempre um pouco mais para um dos extremos. Esta obra, no entanto, é um pouco dúbia. Lê-se bem, não é muito pesada, mas a história que encerra não condiz com esta aparente leveza: é extremamente complexa. A escrita do autor agradou-me, embora fosse um pouco fora do vulgar. Já o enredo não me cativou por aí além - acho que começou a tornar-se demasiado estranho para o meu gosto. O livro é quase poético, tanto na escrita como na história em si; embora muitos leitores gostem desse estilo, eu prefiro os enredos mais "concretos", enquanto que este era mais abstracto; um daqueles que parecem estar cheios de significados ocultos. Sou, no que toca às leituras, uma amante de obras mais directas.

Pretendo, no entanto, ler um pouco mais da obra deste autor antes de construir uma opinião concreta sobre a mesma.

Sílvia às 22:13
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Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2009

.: 119. The Fifth Child, Doris Lessing :.

144 páginas

 

Sinopse:

Harriet e David Lovatt têm os mesmos anseios - fidelidade, amor, vida familiar e, acima de tudo, um lar. Teimosamente fora das modas dos anos 60, decidem casar e assentar as bases das suas vidas numa casa vitoriana. A princípio, parece o Paraíso. As crianças preenchem-lhes o quotidiano, e os familiares sentam-se à mesa da cozinha no Natal, desfrutando avidamente do calor humano da família Lovatt. Mas é com a quinta gravidez que as coisas começam a alterar-se. O bebé desenvolve-se dentro de Harriet demasiado cedo e com demasiada violência. Após um nascimento difícil, Ben revela-se uma criança estranha e cruel, cuja violência é instintivamente rejeitada pelos irmãos.
Inexoravelmente, a sua presença alienígena vai destruindo o sonho de uma família feliz.

 

Opinião:

Tenho sempre a ideia de que os autores laureados com o Nobel devem escrever obras extremamente aborrecidas e sem interesse algum. Já devia ter perdido esse preconceito  - José Saramago veio provar que não é nada assim - mas tinha-o na cabeça quando peguei neste livro de Doris Lessing.

A sinopse, no entanto, prometia uma história muito emocionante... e não fiquei desiludida.

Fantástico, este livro. Pega no conceito de "assustador" e leva-o até um nível completamente novo, criando um sentimento de medo e terror a partir de um pressuposto extremamente simples: uma criança diferente.

Esse é um sentimento que vai crescendo ao longo do enredo, de tal forma que não há maneira de não ficarmos completamente envolvidos pela história. Um verdadeiro "vira-páginas", este pequeno volume. Estou extremamente curiosa em relação à sequela, Ben, In The World.

Sílvia às 17:25
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Sexta-feira, 30 de Outubro de 2009

.: 110. A Bruxa de Oz, Gregory Maguire :.

492 páginas

 

Sinopse:

Quando Dorothy triunfou sobre a Bruxa Má do Oeste no clássico O Feiticeiro de Oz, de L. Frank Baum, apenas conhecemos a sua versão da história. Mas, afinal, quem era esta misteriosa Bruxa? De onde veio? Como se tornou tão malvada? E qual é, então, a natureza do mal?
A Bruxa de Oz conta a história de Elphaba, uma menina de pele verde, insegura, rejeitada tanto pela mãe como pelo pai, um pastor reaccionário. Na escola ela também é desprezada pela sua colega de quarto Glinda, a Fada Boa do Norte, que só quer saber de coisas fúteis: dinheiro, roupas, jóias. Neste contexto, ela descobre que vive num regime opressor, corrupto e responsável pela ruína económica do povo. Elphaba decide, então, lutar contra este poder totalitário, tornando-se na Bruxa Má do Oeste, uma criatura inteligente, susceptível e incompreendida que desafia todas as noções preconcebidas sobre a natureza do bem e do mal.

 

Opinião:

Este é um livro muito mais adulto do que aquilo que o título parece antever. Talvez por isso, por esperar que, apesar de consideravelmente grande, esta fosse um obra de leitura fácil, uma coisinha leve para entreter um pouco, fiquei a achar que este é um livro bastante "pesado". Também é verdade que o li durante o Verão (é verdade, este blog andava a precisar de ser actualizado...), nos bocadinhos livres que tinha entre o trabalho. Por isso mesmo, penso que não estava no espírito certo para desfrutar do enredo.

O facto de não estar muito por dentro da história original de O Feiticeiro de Oz - só conheço os traços gerais - também pode ter contribuído para a minha opinião final; a verdade é que este foi um livro que não me impressionou ou agradou especialmente. Mostrou-se demasiado "estranho" para o meu gosto. Quem sabe se, no futuro, o voltarei a ler "com outros olhos".

Sílvia às 17:59
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