Sábado, 27 de Fevereiro de 2010

.: 128. Vertical Run, Joseph R. Garber :.

302 páginas

Sinopse:

You think YOU had a killer workday. . .
Get ready for the FASTEST thriller of the summer!

Each morning in his 45th floor executive office, David Elliot savors the quiet moments until the workday begins. Until today, when his boss walks in and aims a gun at him. For the rest of the day, he will be trapped in his midtown office building, and everyone David Elliot meets will try to kill him.

 

He has 24 hours to find out why. . .

 

In Vertical Run, you can escape into a world on fast forward, a drama that plays out with electrifying intensity. No one who reads this book will ever see the office the same way again.

 

Opinião:

Há muito tempo que não lia um thriller tão bom! Vertical Run narra a história de um homem que chega ao escritório para mais um dia de trabalho, apenas para se ver no meio de uma caça ao homem em que o alvo é ele próprio. É um livro muito intenso, que me deixou colada às páginas. Parte de um princípio que parece um pouco improvável, mas, surpreendentemente, o enredo é muito verosímil. Ao longo do livro vamos conhecendo detalhes da vida da personagem principal, Dave, do seu passado como soldado no Vietname, e tanto esse "enredo secundário" como a linha principal da história estão muito bem construídos.

Dave consegue ser também uma personagem com a qual o leitor simpatiza, por lutar com muita garra contra os homens que o querem ver morto, e dei por mim a torcer para que a história de desenrolasse a seu favor. O autor fez questão de incluir muitas descrições do processo dedutivo e de decisão que se desenrolaram na mente de Dave à medida que este tentava evitar - e neutralizar - os seus inimigos, o que é também muito interessante.

O motivo para esta perseguição a um homem aparentemente comum é revelado muito perto do final do livro, e deixou-me bastante satisfeita - por ser, mais uma vez, verosímil e muito bem pensado.

Espero ler mais livros deste autor no futuro!

Sílvia às 13:38
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Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2010

.: 124. A Conspiração de Papel, David Liss :.

416 páginas

 

Sinopse:

Benjamin Weaver, judeu português, detective, espadachim e um famoso ex-boxeur, move-se com maestria e confiança na Londres do século XVIII. Trabalhando para clientes aristocratas na cobrança de dívidas difíceis, vive afastado da família devido à má relação com o seu pai, um abastado investidor da bolsa. Mas quando este é brutalmente assassinado, não pode ficar de braços cruzados.
Descendo ao submundo do crime londrino, Weaver ziguezagueia entre bordéis, cervejarias, prisões e casas de jogo, para descobrir uma conspiração que o ameaça não só a si, mas também à própria Inglaterra. Um romance histórico fascinante, A Conspiração de Papel arrebata os leitores, página atrás de página, com um enredo envolvente e personagens apaixonantes de um período único da história.

 

Opinião:

Este livro foca-se num tema não muito utilizado para construir romances históricos: a especulação e o mundo das accções. Em A Conspiração de Papel somos transportados até à Londres do século XVIII, ao período durante o qual decorreu o que é considerado o primeiro crash da bolsa no mundo de língua inglesa: a Bolha da Mar do Sul. É, por isso, uma obra que descreve em alguns pontos o funcionamento do mercado de accções naqueles dias. À partida, pode parecer um tema um pouco aborrecido, mas revelou-se muito interessante.

Interessante também foi o facto de o enredo girar em volta das aventuras de um judeu português. É sempre uma surpresa agradável e divertida encontrar referências ao nosso país em obras escritas no estrangeiro.

Este livro foi uma óptima companhia. Gostei muito da história, que consegue ser bastante emocionante.

Sílvia às 18:29
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Terça-feira, 12 de Janeiro de 2010

.: 122. Crónicas de Uma Pequena Ilha, Bill Bryson :.

352 páginas

Sinopse:

Depois de viver quase 20 anos em Inglaterra, Bryson decidiu regressar aos EUA, mas antes disso quiz dar uma última volta àquela sua adorada ilha.
Um diálogo interessante com o leitor a quem o autor explica a razão das suas queixas, dúvidas e simpatias para com o peculiar povo britânico. Um povo em que as mulheres tratam o interlocutor, seja ele quem for, por "amor" e em que os talhos que se gabam de ter à porta uma placa dizendo "Carniceiros da família".
Uma descrição crítica dos comportamentos civilizados casuais para anglófilos e anglófobos...

 

Opinião:

Bill Bryson é um autor muito divertido, escrevendo obras em que o humor é presença assídua. No entanto, embora esta seja uma particularidade que me agrada nos seus livros, há outras que não são tão positivas.

Destaco sobretudo um padrão que notei tanto neste como no anterior (e primeiro) livro que li dele - a tendência para ser redundante. A partir de certo ponto do enredo, Bryson parece perder-se um pouco e repete constantemente as mesmas queixas e comentários sobre os mesmos aspectos. Tal pode dever-se, é claro, às características dos países que visita, mas não deixa de dar ao leitor a sensação de que já não tem nada de muito novo para dizer, estando apenas a "encher" umas quantas páginas para engrossar o volume.

Ao ler este livro em particular, senti-me um pouco perdida porque nunca visitei a Grã-Bretanha, e a maioria dos nomes mencionados por Bryson são de localidades das quais nunca ouvi falar. Assim, as descrições que faz serão decerto melhor compreendidas por quem já visitou os locais em questão.

Não deixo, porém, de apreciar o estilo do escritor, que é muito agradável. É de destacar também o rigor aplicado na tradução para Português - o livro continha muitas notas da tradutora, muito úteis para poder compreender alguns conceitos nele mencionados. No entanto - e posso parecer contraditória, eu sei - parece-me que ler os livros de Bryson na sua versão original é a escolha mais acertada, mesmo correndo o risco de não perceber certas passagens, por não estar a par dos conceitos. Existem sempre expressões características do Inglês que se perdem na tradução, e que dão um toque divertido e especial à leitura. 

Sílvia às 22:08
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Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009

.: 121. 84, Charing Cross Road, Helene Hanff :.

112 páginas

 

Sinopse:

84, Charing Cross Road is a charming record of bibliophilia, cultural difference, and imaginative sympathy. For 20 years, an outspoken New York writer and a rather more restrained London bookseller carried on an increasingly touching correspondence. In her first letter to Marks & Co., Helene Hanff encloses a wish list, but warns, "The phrase 'antiquarian booksellers' scares me somewhat, as I equate 'antique' with expensive." Twenty days later, on October 25, 1949, a correspondent identified only as FPD let Hanff know that works by Hazlitt and Robert Louis Stevenson would be coming under separate cover. When they arrive, Hanff is ecstatic--but unsure she'll ever conquer "bilingual arithmetic." By early December 1949, Hanff is suddenly worried that the six-pound ham she's sent off to augment British rations will arrive in a kosher office. But only when FPD turns out to have an actual name, Frank Doel, does the real fun begin.

 

Opinião:

Como muitos outros livros, este estava cá em casa há imenso tempo a aguardar a sua vez de ser lido; umas horas bastaram, no entanto, para tal acontecer.

É impressionante a amizade que se desenvolveu entre duas pessoas completamente desconhecidas e separadas pelo oceano; entre um simples vendedor de livros e uma cliente apaixonada pela leitura. Revelou-se um livro bastante divertido, particularmente no início; enquanto que Helene rapidamente abandona as formalidades e começa a escrever num estilo mais descontraído, que muitos poderiam achar abusivo por se tratar de correspondência entre desconhecidos, Frank, o vendedor, mantêm-se firmemente agarrado à típica atitude britânica, um pouco rígida.

Perfeito para descansar um pouco entre leituras mais pesadas, esta foi uma óptima escolha para as férias.

Sílvia às 17:24
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Terça-feira, 29 de Dezembro de 2009

.: 120. Memoirs of a Geisha, Arthur Golden :.

488 páginas

 

Sinopse:

Sayuri tinha um olhar invulgarmente belo, de um cinzento translúcido, aquático, a reflectir numa miríade de cristais límpidos o brilho prismático e incandescente do universo perfeito e atroz sobre o qual repousava. Era uma transparência súbita, inesperada, a contrastar violentamente com a estranha opacidade branca da máscara onde sobressaíam uns lábios exageradamente vermelhos. E se os olhos ainda reflectiam Chiyo, a menina de nove anos, filha de pescadores, de uma cidade remota, junto ao mar, a máscara inquietantemente delicada, o penteado ostensivo, a sumptuosidade dos quimonos de brocados, ricamente ornamentados, pertenciam à mulher em que ela se tinha tornado, Sayuri, uma das mais célebres gueixas do Japão dos anos 30. É este mundo anómalo, secreto e decadente, construído sobre cenários de papel de arroz e que parece ser a manifestação da própria fantasia erótica masculina que Golden evoca com uma autenticidade notável e um lirismo requintadamente raro. Um romance sobre o desejo e a natureza indominável do espírito humano; desafiador, cativante pela pureza da prosa, pela prodigalidade das nuances, das atmosferas, das imagens esculpidas com a precisão e subtileza da arte do bonsai.

 

Opinião:

Peguei neste livro cheia de curiosidade, mas também tentando não criar expectativas demasiado altas. Não sou alguém muito picunhas no que toca a leituras - gosto de variar e de experimentar um pouco de cada estilo e género. No entanto, um livro sobre as tradicionais gueixas não é algo que nos apareça pela frente a toda a hora. Tinha receio que um tema tão invulgar tivesse resultado numa obra pesada e aborrecida.

Não sei se essas expectativas contidas contribuiram para o facto, mas a verdade é que me apaixonei pelo livro. É em tudo perfeito: no enredo, na linguagem, na forma como a personagem principal me pareceu tão viva, como se saltasse das páginas. Esta foi uma história que me envolveu completamente e que pede para ser saboreada com calma; por isso levei algum tempo a terminar a leitura, mas valeu muito a pena.

Aprendi imenso sobre um tema que nunca pensei ser do meu interesse. É fascinante ver como era a vida de uma gueixa nos anos 30, e espreitar um pouco do mistério e de toda a tradição que as envolve. Este foi, sem dúvida, o melhor livro que li durante este ano. Recomendo a todos!

Sílvia às 17:07
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